MATÉRIA 11/06 quinta-FEIRA - MATÉRIA 012 / DE: Marcelo pontes
Mas afinal por que devemos sofrer?
Sofrer com certeza faz parte da construção do nosso caráter,
mas alguns parecem extrapolar os limites da dor.
Na saga Algoritmos Sagrados nossa protagonista Layla Aina é
o exemplo da dor em sua essência. Durante
a leitura de Almas Seladas o primeiro livro, você vai se perguntar se é possível
alguém ser destinada a uma vida sem qualquer ato de felicidade.
A resposta desse questionamento já é concedida de cara, logo no
prefácio do livro:
... O
termo probabilidade vem do latim probare,
que significa provar ou testar. Está ligado diretamente ao provável, que
descreve eventos futuros e associa-se com palavras como: risco, sorte ou azar.
Com a moeda entre os
dedos lancei-a para o alto. A probabilidade pode ser compreendida apenas usando
uma única moeda, basta sorteá-la e você terá 50% de chance de dar cara e 50%,
coroa. A moeda caiu na palma de minha mão: deu cara. Lancei-a novamente,
sabendo que agora, usando a probabilidade, teria 100% de conseguir uma coroa.
Fui frustrado e novamente, saiu-me uma cara. Lancei-a consecutivamente e, por
dez vezes, a moeda revelou sua cara aos meus olhos.
Aquela coincidência me
perturbou.
Segui em direção ao
mendigo segurando a moeda na mão. Quando fui lhe entregar, parei e me peguei
olhando para ela. Alguns segundos passaram e fui advertido pelo mendigo que
continuava com a mão estendida. Eu guardei a moeda em meu bolso e lhe entreguei
uma nota de dez reais.
Assim que levantei meus
olhos, lembrei-me da última frase ao término daquela matéria...
“Essas ocorrências ainda perturbam alguns cientistas.”...
.
Almas Seladas –
Algoritmos Sagrados
Porém nem toda dor está ligada a infelicidade. O sofrimento só se aflora quando você o aceita. Talvez não esteja me entendendo por isso vou dar um exemplo através de uma teoria que criei para o livro, a teoria dos estratos:
Quero
que você pense – (leia a lista até o fim)
- Será que uma pessoa em estado vegetativo, sem a consciência de sua existência é menos feliz que uma pessoa com síndrome do confinamento, capaz apenas de piscar, mas com a consciência de sua existência?
- E será que uma pessoa com síndrome do confinamento é menos feliz que uma pessoa tetraplégica?
- E uma pessoa tetraplégica é menos feliz que uma pessoa paraplégica?
- E um paraplégico é menos feliz que um manco?
- E um manco é menos feliz que uma pessoa sedentária?
- E uma pessoa sedentária é menos feliz que um esportista?
- E um esportista é menos feliz que um atleta?
- E um atleta é menos feliz que um pássaro que, apesar de voar, não possui a consciência de sua existência?
Como
você pode perceber criei camadas (estratos) para representar diferentes perspectivas.
Analisando esse conceito, algo que você pode perceber de cara é que sempre haverá uma
camada superior. Sendo assim, a felicidade não está ligada a conquista de uma
camada superior e sim se você está satisfeito em sua camada atual.
Vejamos
o exemplo de Christy Brown que nasceu com deficiência física e paralisia
cerebral. Durante anos ele passou sem
falar ou se mexer. Os médicos deixaram claro que sua capacidade intelectual estava
totalmente prejudicada. Sua mãe, no entanto, persistiu, e continuou a falar com
ele e a lhe ensinar. Quando tinha cinco anos apenas seu pé esquerdo obedecia a
seus comandos. Foi usando esse mesmo pé que ele passou a se comunicar. Com o
passar do tempo ele foi se aperfeiçoando e acredite, ele se tornou escritor,
poeta e pintor. Um dos seus grandes trabalhos é sua auto-biografia chamada “meu pé
esquerdo”.
O que
fez Christy Brown superar sua dor; a rejeição do mundo as limitações físicas, a
falta de comunicação entre outras dificuldades enfrentadas?
A resposta é muito simples, ele aceitou sua
camada e fez dela o melhor lugar possível.
Ainda
vou ressaltar que antigos pensadores gregos possuíam uma fórmula para a
felicidade: realidade menos expectativa.
Portanto desse ponto de vista, uma pessoa simples tem mais chances de ser feliz
do que uma pessoa abastada em sua alta camada.
É claro
que o sentimento de galgar camadas parece lhe conceder um estado de felicidade,
porém essa sensação é uma ilusão, pois não se trata de felicidade e sim um
estado nada saudável, a euforia.
Esse conceito que estou aplicando é levantado no quarto
livro da saga Sombras Noturnas – Algoritmos Sagrados, mas também é a base de grande parte da história:
M. L. Pontes
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