LANÇAMENTO - Terceiro livro da saga

 MATÉRIA  22/04   QUARTA-FEIRA  - MATÉRIA 002 / DE: FRANCINE SANTOS

Símbolo oculto da saga Algoritmos Sagrados, com certeza é o clímax dessa intrigante pentalogía. Nesse livro boa parte dos enigmáticos “Algoritmos Sagrados” são revelados. Entretanto, o leitor não se desprenderá das correntes da curiosidade já que um novo mistério a respeito da protagonista Layla Aina surge de forma surpreendente.

Diferente de outros livros, Símbolo Oculto não se passa apenas no Brasil. Nessa nova jornada, a trama percorre Inglaterra, Etiópia e Iraque em uma caçada cheia de emoções para resgatar o grande amor da nossa sofrida protagonista.
O enredo agora adentra no obscuro universo dos ‘Algoritmos Sagrados’. A sensação de vagar por linhas misteriosas continua, mas desta vez, ela vem acompanhada de uma insegurança – a mesma insegurança de caminhar no escuro.

            O que espera da saga e de Símbolo Oculto? A resposta é bem simples: “Um desespero para não largar o livro e continuar lendo” – crítica literária.

Layla Aina - Ao fundo a misteriosa de Igreja de São Lourenço - West Wycombe, Inglaterra


                                     Prefácio


Demônios... Quantas vezes escutamos essa palavra e trememos. O termo que há séculos é associado ao terror, medo, angústia e sofrimento, mantém-se atualizado na velha imagem do bode chifrudo em corpo de homem.
Mas, quem são eles, e o que querem?
A palavra Daemon usada pelos gregos significa “a voz do interior, algo que habita em nossa consciência e nos aconselha nas decisões da vida”. O termo, em fontes mais antigas, também aparece para descrever qualquer entidade sobrenatural que se encontre entre o homem e Deus.
Acreditamos que os demônios nasceram do universo cristão, mas o fato é que podemos encontrá-los em diversos relatos espalhados pelo mundo, como nas culturas dos povos da Mesopotâmia, Pérsia e Egito. Os textos paralelos revelam semelhanças; as descrições de espíritos com capacidade de provocar doenças, fome, incêndios, pragas e guerras são ricas em seu aspecto único, mas também trazem detalhes que parecem ter sido tirados dos textos judaicos. Muitas vezes os termos “O Emboscador” ou “O Adversário” eram usados, espíritos que causavam o mau e estavam prontos para atacar os lares que não estavam protegidos por seus amuletos.
Essas lendas e mitos sempre estiveram em nossa cultura, mas nunca pensei que um dia iria acreditar nelas.
Enquanto caminhávamos pela longa avenida em direção à praça central, eu, como um bom escoteiro, ajudei-o a caminhar. Na primeira passada ele tossiu violentamente. Quando percebi as pequenas gotículas vermelhas no ar fiquei preocupado e perguntei sobre seu estado de saúde. De forma seca ele me respondeu:
– Não se preocupe, pois meus dias estão contados.
– Algum problema grave de saúde? – perguntei franzido em uma mescla de aflição e curiosidade.
Ele tossiu novamente colocando sua mão à boca. Após se restabelecer, virou-se com um sorriso caloroso de avô e me respondeu:
– Transgressão.
Alcançando a praça, sentamos no banco. Parados, reflexivos, olhávamos as pessoas que cruzavam, seguindo para seus empregos.
O velho tossiu mais uma vez. – Perdoe-me – se desculpou sem tirar os olhos da praça. – Me diga: o que está vendo neste exato momento?
– Uma praça com... seus típicos transeuntes? – indaguei sem saber o propósito de sua pergunta.
– Você acredita em destino?
– Não, acredito no livre arbítrio.
Ele riu. – Está certo e errado ao mesmo tempo.
Minhas sobrancelhas curvaram, pois como eu poderia estar certo e errado ao mesmo tempo? Mas é claro, ele explicou-me.
– Há uma linha escrita para cada ser neste planeta, entretanto, ela não será necessariamente cumprida – ele fez uma pausa. – Porém, existe uma força poderosa que induz que ela ocorra.
– Uma força?
– Esses são os ‘Algoritmos Sagrados’.
Meus olhos se arregalaram naquele momento, pois minha mente foi bombardeada por ideias e revelações. Suas narrações estavam mais claras. A história de peças dispersivas formou um quebra-cabeça; agora, a imagem podia ser definida.
Fiquei afoito, eu queria o seu desfecho. Ele percebeu minha inquietude e, colocando sua mão em meu ombro, levantou-se do banco.
– Me acompanhe até a rodoviária. Vou continuar a história, ainda há muito a ser revelado.
Segurando em seu braço, seguimos em direção a seu destino.
No terminal, caminhamos para o embarque.
– Pretende viajar? – perguntei com tom amedrontado, pensado na hipótese dele partir sem ao menos dar-me o final que tanto almejava.
– Fique tranquilo, terminaremos antes do meu embarque – me respondeu em sua fleuma.
– Para onde vai? – perguntei ingenuamente esperando uma simples resposta, mas, como em outras ocasiões, fui surpreendido.
– Para o Rio de Janeiro, preparar meu último túmulo.
Perplexo, estremeci, pois por um breve momento, duvidei de sua natureza humana.

M. L. Pontes.





Francine Santos


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