MATÉRIA 21/05 quinta-FEIRA - MATÉRIA 010 / DE: francine santos
Lobisomens ou licantropo é um ser lendário de origem grega, apesar de várias culturas possuírem sua versão do famoso lobisomem, até tribos mais isoladas. Segundo as lendas, um homem pode se transformar em lobo ou em algo semelhante a um lobo em noites de lua cheia, só voltando à forma humana ao amanhecer. O mistério da lua cheia na verdade não é um mistério, esse fenômeno já vem sendo estudado há muitos anos. Não estou falando de homens virando lobos, mas de homens virando bestas selvagens.
Vamos deixar Aaron Abrawanel explicar:
– Pois bem, em
um período curto de aproximadamente três dias o Nefeshe, eu digo, a natureza
humana em sua forma mais primitiva, é liberada. Nesse momento, a raça humana se
torna um alvo dos implacáveis demônios que aproveitam dessa fragilidade para
suplantar suas necessidades da energia vital dos seres humanos.
– Isso é sério?
Aaron riu – Sim,
ou por que acha que no período da lua cheia os homens enlouquecem?
– Como assim,
enlouquecem?
– Isso não é
nenhum segredo, afinal, existem inúmeras pesquisas pelo mundo que comprovam que
a criminalidade associada a transtornos agressivos aumenta significativamente
em períodos de lua cheia. Claro, o motivo dessa agressão ainda é um mistério,
porém eles perceberam que animais também são afetados. Portanto, chegaram à
conclusão de que existe alguma relação com nosso lado primitivo. – Aaron fez
uma pausa com um sorriso ardiloso. – Esse é o Nefeshe, o portão que se abre
para o inferno.
Símbolo Oculto –
Algoritmos Sagrados
Então seguindo a linha
de raciocínio, vamos reforçar a tese da existência de lobisomens.
Algoritmos Sagrado
explora muito o ambiente primitivo judaico, o que me encanta, pois nos trás
mais próximos da natureza mística da nossa civilização. Segundo o escritor,
animais podem ser possuídos por demônios; na própria Bíblia temos um bom
exemplo: Jesus exorcizou um homem que estava possuído na região dos Gerasenos. O
louco estaria possuído pelo demônio conhecido como "Legião", uma
coletividade de demônios.
Agora pensem comigo: se
porcos foram possuídos, por que lobos não? Na verdade esse pensamento já foi
compartilhado na literatura, principalmente os cabalistas que no passado, já
lutaram contra a temida fera.
Vamos voltar ao
livro Máscaras Reveladas e fazer uma viagem na criativa história de M. L.
Pontes.
Layla Aina, nossa
protagonista, procurando escapar de sua maldição decide aceitar uma proposta de
vir morar em um castelo na região de Viseu, Portugal. – Mas por que Viseu,
Portugal? – Por que o escritor não dá ponto sem nó. Tudo o que sabemos sobre
lobisomens surgiu através de lendas portuguesas; sim os portugueses conheciam
bem o lobisomem.
Há vários covis de
lobisomem (cova para os portugueses) nas regiões de Portugal, mas a mais
importante está em Viseu Portugal.
Hoje temos estradas, o
progresso tomou parte do cenário, mas as antigas lendas ainda são respeitadas
pelos moradores mais conservadores.
Reza a lenda que em
noites de lua cheia o lobisomem percorre as ruelas graníticas da povoação de
Cambra, caçando quem apanhar desprevenido. As portadas das janelas fecham-se e
as crianças escondem-se debaixo das mantas quando ouvem o tropel das suas patas
na calçada. Mas que monstro é este que assim apavora as noites enluaradas?
Até o século XIX era
costume as famílias de Portugal ter muitos filhos. Porém o sétimo filho deveria
ter um nome especial, se fosse menina seria Custódia ou Benta e se fosse
menino, Bento ou Custódio. Mas, nem todas se lembravam, ou então não
acreditavam na maldição e assim outro nome era escolhido. Então, em todas as
noites de lua cheia, essa criança, ao chegar à idade adolescente sofria uma
terrível transformação: crescia-lhe os dentes e as orelhas, as unhas
transformavam-se em garras e o corpo ficava coberto de pelo negro; o diabo
havia tomado seu corpo e transformado-a em uma besta selvagem.
Nas noites mais escuras
os olhos chamejantes vasculhavam o escuro. Ele saltava pela floresta procurando
suas vítimas indefesas. Quando encontrava um perdido, caçava-o e depois o
arrastava para seu esconderijo: uma gruta, na margem do rio Couto, perto de uma
velha torre onde as devorava e deixava seus ossos.
A trilha que leva a Cova do Lobisomem, diferente da lenda, tem seu encanto. Riachos, construções antigas e uma vegetação linda, típica das florestas de carvalho de Viseu. Algumas casas rústicas ainda sobrevivem sobre seus alicerces, é como voltar ao tempo onde a lenda era uma realidade para os habitantes da região.
Hoje a região se tornou um ponto turístico obrigatório para quem gosta do tema. Para muitos, o monstro ainda caminha pelas redondezas atrás de sua próxima vítima. Na imagem ao lado temos a torre descrita no mito, uma antiga construção medieval do final do século XIII.
A Cova do Lobisomem localiza-se
próximo ao rio Couto. É caracterizada por uma galeria ou corredor cuja entrada
mede 2,4m de altura por 2m de largura que vai estreitando gradualmente para o
interior, conduzindo a uma vasta câmara de forma oval. A câmara tem cerca de 5m
de comprimento, por 2,5m de largura e altura. O comprimento total da Cova do
Lobisomem, incluindo galeria e câmara, é de 18m.
É claro que podemos
estar falando de um mito, porém, assim como na visão do escritor, acredito que
toda lenda é inspirada em fatos reais, experiências próximas que não tiveram a
obrigação de explica-las. Então se você é um descrente, deveria começar por
outras matérias deste blog, mas se acredita em uma força superior a nós,
deveria rever os conceitos sobre a concepção do mal.
Quero deixar bem claro que Algoritmos Sagrados não é uma saga sobre lobisomens, ela apenas explora
outras facetas do mal, segundo a concepção judaica e cristã.
Francine Santos
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